1.4.12

V Encontro Nacional do Conselho Brasileiro para Superdotação

Data: 25 a 27 de Julho de 2012
Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro.UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 -  Maracanã - RJ

Informações e Inscrições: http://www.uff.br/conbrasd/

V Encontro Nacional do Conselho Brasileiro para Superdotação
 I Encontro de Crianças e Jovens Superdotados do Rio de Janeiro
 
“CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA:
INOVAÇÃO EM CAPACIDADES E TALENTOS”

O Brasil vive tempos de INOVAÇÃO na Cultura, na Ciência e na Tecnologia quando são demandadas novas capacidades e talentos de seu povo. Neste contexto, a escola passa a ser um lugar de responsabilidade social para além do ler, escrever e contar. Seu protagonismo assume papel de destaque na formação das novas capacidades e talentos humanos aptos a responder às demandas que o progresso exige. Não basta ser criativo. É preciso ser proativo com os mais capazes pela rapidez com que eles podem alcançar os níveis mais elevados do ensino, da pesquisa, da criação artística. Profissionais especializados formados com ótimo desenvolvimento humano, pautado em novas capacidades e talentos, poderão contribuir com o progresso cultural, científico, tecnológico, econômico e social, atores na erradicação da pobreza do País. Inovar é Conhecer.

REALIZAÇÃO
Site_evento

29.3.12

02 de Abril: Dia mundial da conscientização pelo autismo

Autismo-DAY-EMKT
Todo 2 de abril comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data decretada pela ONU (Organização das Nações Unidas), desde 2008, pedindo mais atenção ao transtorno do espectro autista (nome "oficial" do autismo), cuja incidência em crianças é mais comum e maior do que a soma dos casos de AIDS, câncer e diabetes juntos. No Brasil estima-se que tenhamos 2 milhões de autistas, mais da metada ainda sem diagnóstico.
O Brasil fez o maior evento de sua história para a data no ano passado (2011) em todos os Estados. E agora, em 2012, repete-se com ainda mais força, monumentos serão iluminados de azul na data, como o Cristo Redentor (no Rio de Janeiro), a Ponte Estaiada, o Viaduto do Chá, o Monumento à Bandeira, a Fiesp e a Assembleia Legislativa (em São Paulo), a torre da Unisa do Gasômetro (em Porto Alegre), o prédio do Ministério da Saúde (em Brasília) e muitos outros locais (veja a lista completa em http://RevistaAutismo.com.br/DiaMundial. No mundo estarão iluminados também vários cartões-postais, como o Empire State Building (nos Estados Unidos), a CN Tower (no Canadá) entre outros — é o movimento mundial chamado "Light It Up Blue", iniciado pelos estadunidenses. O azul foi definido como a cor símbolo do autismo, porque a síndrome é mais comum nos meninos — na proporção de quatro meninos para cada menina. A ideia é iluminar pontos importantes do planeta na cor azul para chamar a atenção da sociedade, poder falar sobre autismo e levantar a discussão a respeito dessa complexa síndrome. O logo brasileiro do "Dia A", adaptado pelo publicitário Martim Fanucchi sobre a arte do logo oficial, assim como o cartaz e o vídeo da campanha estão disponíveis no site RevistaAutismo.com.br/DiaMundial, página oficial do evento no Brasil. Martim é editor de Arte da única revista a respeito dessa síndrome na América Latina, a Revista Autismo, uma publicação gratuita, sem fins lucrativos, feita por pais de autistas, que pode ser acessada íntegralmente no site citado, sem restrições
Capa do Livro: Autismo - Não espere, aja logo!
Incentivar o diagnóstico — ou ao menos a suspeita — de autismo. Essa é a intenção do livro Autismo — Não espere, aja logo! — Depoimento de um pai sobre os sinais de autismo, lançado neste mês (março) pela editora M.Books (136 páginas, R$ 39). O livro, de autoria do jornalista Paiva Junior, editor-chefe da Revista Autismo e pai de um garoto com autismo, busca explicar sem nenhuma linguagem técnica os sintomas do autismo e destacar a importância de um dos únicos consensos a respeito do transtorno em todo o planeta: quanto antes se inicia o tratamento, melhores são as chances de se ter mais qualidade de vida e desenvolvimento de habilidades. O livro tem prefácio do neuropediatra José Salomão Schwartzman e contra-capa com texto do neurocientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia (EUA).
Mesmo que os pais não aceitem bem o diagnóstico ou ainda não tenham uma confirmação definitiva, fechada (até porque essa confirmação comumente vem depois dos 3, 5 ou até 6 anos de idade), o autor procura incentivar que iniciem o tratamento logo: "não esperem, ajam!". "É preciso aproveitar essa grande 'janela' de desenvolvimento dos primeiros anos de vida", explica o autor, com a autoridade de quem tem um filho de quase 5 anos, que está no espectro do autismo. Paiva é também pai de uma menina de quase 3 anos, porém, com desenvolvimento típico ("normal").
O jornalista escreve como pai, por isso não há o uso excessivo de termos técnicos e jargões: "Não escrevo em 'linguagem técnica de médico', escrevo de forma que profissionais de educação e saúde, além de pais e parentes de autistas possam entender o autismo e, ao suspeitar de comportamentos autísticos em alguma criança possam sugerir que encaminhem-na para a avaliação de um especialista. “É um texto de leigo para leigo, de pai para pais", explicou Paiva Junior, que faz questão de destacar que "o livro não habilita ninguém a diagnosticar autismo, papel que é dos médicos neurologistas, neuropediatras e psiquiatras da infância".
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Eventos confirmados para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo de 2012 (2/abril).


Já confirmada oficialmente a iluminação do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, pela Autismo & Realidade e Adefa.
Em São Paulo, pela Autismo & Realidade, estarão iluminados: Ponte Estaiada, Monumento às Bandeiras, Arco do Anhangabaú/Viaduto do Chá e este ano acrescentam-se Assembleia Legislativa Estadual e a FIESP. Além da corrida e caminhada em prol do autismo, na manhá de 1/abril, da Autismo & Realidade.
Confirmado também o 3° Seminário Paulista sobre o Transtorno do Espectro do Autismo, nos dias 30 e 31/março, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, entrada gratuita (contato para mais informações: mpa@movimentoproautista.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ) - Organização e realização: Defensoria Pública do Estado de São Paulo e Movimento Pró-Autista.

Fonte: http://www.revistaautismo.com.br/



 

12.3.12

21 de Março: Dia Internacional da Síndrome da Down


O dia 21 de março é uma data importante: é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Será que você tem algum amigo com Síndrome de Down? Já parou para pensar no que é isso?
A Síndrome de Down é um acontecimento genético natural e universal. Isso quer dizer que a síndrome não é resultado da ação ou do descuido de mães ou pais, como muitos pensam. E nem é uma doença. Ela é causada por um erro na divisão das células durante a formação do bebê (ainda feto). Só para você ter uma idéia, de cada 700 bebês que nascem, UM tem Síndrome de Down. Por isso, qualquer mulher, independente da raça ou classe social pode ter um bebê Down. Até hoje, a ciência ainda não descobriu os motivos que provocam essa alteração genética, portanto não há como evitar.
Genética 
Você já deve ter ouvido falar que todas as características de uma pessoa - a cor da pele, dos olhos, o tipo e cor dos cabelos, a altura e tudo mais – são herdados (transmitidas) dos pais, certo? Como? Por meio dos genes. São os genes, presentes nos cromossomos, que carregam tudo o que somos. Cromossomos são pedacinhos do núcleo das células que contém as características que cada um de nós herda do pai e da mãe.
Mas mesmo sabendo que existem semelhanças entre as pessoas com Down, não há exames que determinem, no nascimento, como a pessoa (criança, depois adolescente e adulto) vai evoluir durante a sua vida.  Mas hoje, com as descobertas da medicina, sabe-se que para a criança down desenvolver todo seu potencial é importante que, desde cedo, seja amada e estimulada pelos pais, irmãos e profissionais habilitados.
A alteração genética das crianças com Down faz com que todas elas sejam muito parecidas e tenham as seguintes características:
1 – hipotonia (flacidez muscular, o bebê é mais molinho);
2 – comprometimento intelectual (a pessoa aprende mais devagar);
3 – aparência física (uma das características físicas são os olhinhos puxados).
Aceitar as diferenças
Atualmente, a Síndrome de Down é mais conhecida, o que permite mais qualidade de vida, melhores chances e desenvolvimento para os portadores. Mas, infelizmente, esse avanço ainda não foi suficiente para acabar com um dos principais obstáculos que as pessoas com Down enfrentam: o preconceito.
A data
O dia 21 de março foi escolhido pela associação “Down Syndrome International” para ser o Dia Internacional da Síndrome de Down em referência ao erro genético que a provoca. Todo mundo tem 23 pares de cromossomos. Quem tem Down tem três cromossomos no par de número 21 (daí a data 21/03).

Fonte: Instituto Meta Social
http://sc5.com.br/?p=7195

5.3.12

Jovem de 19 anos tem síndrome rara e só consegue se lembrar das últimas 24 horas

Jess só consegue se lembrar das últimas 24 horas
J
Há um ano, Jess Lydon decorou todo o texto de um musical que protagonizaria. Agora, ela não consegue se lembrar nem que três das suas melhores amigas estão grávidas. A jovem de 19 anos sofre de um raro problema no cérebro, conhecido como síndrome de Susac.
O distúrbio de Jess é tão raro que apenas 250 pessoas foram diagnosticadas com a doença em todo o mundo. Ela só consegue se lembrar, no máximo, das últimas 24 horas. Ainda assim, sempre esquece o que acabou de comer no café da manhã. “Eu sempre pergunto a minha mãe o que tem para o café e ela me responde que eu acabei de comer. Eu não consigo me lembrar”, contou Jess.
Ela não se lembra de ter celebrado o Natal e nem reconhece fotos de amigos. A jovem, que desisitiu de estudar artes, não se recorda do funeral do próprio avô, morto em 2011 aos 69 anos. “Minha vida foi arruinada e minha memória se foi. Eu não tenho passado. Só presente”, disse Jess, segundo informações do jornal “The Sun”.
A jovem não se recorda do funeral do avô                                                     
A jovem não se recorda do funeral do avô Foto: Reprodução / The Sun
A jovem contou que tem apenas vagas recordações do que aconteceu no ano passado. “O que realmente me entristece é não lembrar do funeral do meu avô. Eu sei que éramos muito próximos”, lamentou Jess.
Ela foi diagnosticada com a doença em novembro de 2011. Jess sofreu perda de audição, visão, tem fortes dores de cabeça e desenvolveu uma aversão à luz natural. O namorado dela não conseguiu conviver com o problema e terminou o relacionamento.
A síndrome de Susac atinge normalmente mulheres entre 20 e 40 anos. “A doença é a tão rara que a maioria dos centros de neurociência tem não mais de um caso em anos”, explicou o neurologista Holger Allroggen

26.2.12

Aprovado no vestibular, 1º aluno com Down da UFG rompe preconceito

Kallil comemorou a aprovação ao lado da irmã, Kamilla Assis Tavares. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Kallil comemorou a aprovação ao lado da irmã, Kamilla Assis Tavares
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Ser aprovado em uma faculdade pública é um sonho de muitos jovens que se tornou realidade para Kallil Assis Tavares, 21 anos, que na próxima segunda-feira começa a estudar geografia no campus de Jataí da Universidade de Goiás (UFG). Para a instituição, a conquista de Kallil é ainda mais importante e precisa ser reverenciada, já que ele é o primeiro aluno com Síndrome de Down a ingressar na universidade. "Isso demonstra que nós estamos conseguindo superar o preconceito, que infelizmente ainda existe em nossa sociedade", afirma a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da UFG, professora Dulce Barros de Almeida.
Kallil não teve correção diferenciada, concorreu de igual para igual com todos os outros candidatos. "Apenas pedimos para que a universidade disponibilizasse um monitor para ler a prova e que as letras dos textos fossem maiores porque ele tem baixa visão", disse a mãe do jovem, Eunice Tavares Silveira Lima. Segundo ela, Kallil sempre foi estudioso e desde criança gostava de mapas.
"No segundo ano do ensino médio ele decidiu que iria fazer vestibular para geografia. Nós apoiamos a escolha, mas ficamos surpresos com a aprovação, era uma prova muito difícil", afirmou Eunice. Ela ainda disse que o filho estudou apenas dois anos em uma escola especial. Com 5 anos de idade ele foi para um colégio privado de ensino regular. "O colégio não tinha nenhum aluno com Down, mas quando há vontade de se trabalhar a inclusão, se dá um jeito. Foi disponibilizado um monitor e os professores sempre apoiaram meu filho", conta.
Ela acredita que o fato de Kallil ter estudado em uma escola regular vai contribuir com a adaptação na universidade. "Não sou contra as escolas especiais, mas elas devem servir como um apoio, um lugar para onde os alunos vão no contraturno", explica. A mãe ainda disse que não cria expectativas sobre como será o desempenho dele daqui em diante. "Não estamos programando nada especial para o Kallil quando começar as aulas. De acordo com as necessidades que ele apresentar, nós como família e a universidade teremos de nos adaptar", disse ao destacar que o filho pode precisar do auxílio de um monitor durante as atividades em aula.
A coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da UFG concorda sobre a importância de alunos com necessidades especiais frequentarem escolas regulares e diz que a universidade tem a obrigação de atender todas as exigências desses estudantes para que eles cumpram com o direito de fazer um curso superior. "Nós temos um aluno cego no curso de Ciência da Computação que recebe acompanhamento de um monitor. Se essa for a necessidade de Kallil, com certeza estaremos prontos para disponibilizar isso".
O núcleo para atender alunos com necessidades especiais na UFG foi criado em 2010. De lá para cá, a instituição ganhou 15 estudantes surdos, que fazem o curso de Letras, além do jovem cego. A professora Dulce espera que o caso de Kallil sirva de exemplo para que nas próximas seleções mais estudantes com necessidades semelhantes sintam-se motivados em fazer um curso superior. "Isso incentiva as famílias a acreditar no potencial que essas pessoas têm. E cabe a nós, como educadores, mostrar que o preconceito não pode existir mais", completa.

                 
 

12.1.12

FILME: AS CORES DAS FLORES

Um carismático curta sobre uma criança cega que enfrenta um grande desafio para conseguir fazer uma tarefa da escola.A beleza do curta está em mostrar que uma resposta que é correta, fria e igual para todos quanto à objetividade, é diferente, porém, equitativamente valiosa quando levada em consideração a experiência, a vivência e "olhar" de cada um. Vale a pena conferir!


11.1.12

Brasil terá centro de treinamento de cães-guia mantido pelo governo


Deficientes visuais de todo o País contarão com um centro de treinadores de cães-guia mantido pelo governo federal a partir do segundo semestre de 2012. O centro começará a ser construído em janeiro pelo Instituto Federal Catarinense, no campus de Camboriú, e deverá treinar cinco profissionais por turma.
A meta é que cada aluno adestre seis cães-guia e os encaminhe aos instrutores. Esses profissionais, responsáveis pela interação entre o animal e o deficiente visual, também deverão ser formados no local.
O projeto começou a surgir há três anos, quando a coordenadora, Márcia Santos Souza, conheceu um professor deficiente visual. "Nas conversas com ele, pensamos em fazer o projeto. Começamos a plantar uma sementinha pequena que foi se modificando. E o governo federal comprou a ideia", contou Márcia, que coordena o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas, ligado ao Instituto Federal Catarinense. Segundo ela, o objetivo é espalhar centros semelhantes em todas as regiões do País.
De acordo com Márcia, existem outros centros de treinamento no Brasil, que surgiram por meio de iniciativas particulares de organizações não governamentais ou até do Corpo de Bombeiros de determinadas localidades. "É uma experiência piloto, dentro do plano do governo federal para pessoas com deficiência. Será o primeiro centro de treinamento de cães com iniciativa do governo em toda a América do Sul", disse.
Apenas as raças labrador retriever e golden retriver podem ser treinadas para cães-guia. Passados 45 dias do nascimento, os filhotes são encaminhados às famílias que ficam responsáveis pela socialização do cachorro. "Eles são levados para shoppings, parques e até para o trabalho. Fazem parte do dia a dia da família", explicou Márcia.
Após essa fase, os cães são levados para os centros de treinamento. E só ficam aos cuidados dos deficientes visuais depois de dois anos de iniciado o processo. "A parceria entre o cão e o deficiente é como um casamento. E, neste caso, os opostos não se atraem. Tem de ter personalidade e estilo de vida iguais. É preciso juntar com harmonia para que a pessoa caminhe bem", ressaltou a coordenadora do projeto.
As obras de construção do centro começam em 9 de janeiro e devem durar 150 dias. O custo total será de R$ 3,1 milhões.

 

Deficientes querem maior uso do sistema braile no Brasil


No Dia Mundial do Braile, comemorado dia 4 de Janeiro, pessoas com deficiência visual cobram maior uso do sistema de leitura e escrita no Brasil.
Criado pelo francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro de 1809 e que perdeu a visão aos 3 anos, o sistema permite a pessoas com cegueira total ou parcial ler por meio do tato. Com seis pontos em relevo dispostos em duas colunas e três linhas, o sistema proporciona 63 combinações diferentes que representam as letras do alfabeto, os números, símbolos científicos, da música, fonética e informática. Com apenas um toque, o cego percebe os pontos em relevo ao passar os dedos da esquerda para a direita. O sistema braile chegou ao Brasil em 1850. A partir da década de 1940, passou a ser usado em livros.
Apesar de já existir cardápios em restaurantes e embalagens de cosméticos e de remédios em braile, cegos ou pessoas com baixa visão ainda reclamam da dificuldade de encontrar informações adaptadas. “Os mercados não informam nada em braile sobre promoções [de mercadorias]. Não tem nada”, disse a vice-presidente da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais (ABDV), Adriana Candeias, que é cega.
“A gente não tem condições de saber o que está comprando, a validade. Algumas empresas já estão implantando, mas ainda falta muito”, acrescentou o diretor administrativo da associação, Paulo Luz, que também tem deficiência visual.
A vice-presidente reforçou que o braile garante independência aos cegos. “A partir do momento em que é oferecido algo em braile, a pessoa com deficiência visual passa a ser independente. Ela sabe que pode ir ao estabelecimento sozinho e vai ter total acesso”, destacou Adriana Candeias.
Os representantes da associação também alertaram para a demora de livros didáticos novos serem transformados para o braile. “Lançam um livro hoje, mas quando o cego vai ter acesso à obra, ela já está ultrapassada”, argumentou Paulo Luz.
As editoras não são obrigadas a publicar em braile todas as obras lançadas. Quando recebe pedidos, o setor, geralmente, recorre a empresas especializadas e instituições não governamentais para fazer a conversão, segundo a coordenadora de Revisão Braile da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Regina Fátima de Oliveira
Os livros falados têm sido usados para conseguir textos atualizados com rapidez. Desde 2009, o Ministério da Educação disponibiliza, de graça, um software que converte qualquer texto de computador em sonoro, com narração em português.
Apesar dos benefícios da tecnologia, a coordenadora defende que o livro em braie é primordial nos primeiros anos escolares das crianças cegas. “Para que possa ter domínio da ortografia ou da simbologia da matemática, a criança precisa do livro físico, assim como é com as crianças que enxergam. A gente só lê quando toca”, explicou.
O crescimento da utilização do audiolivro pode estar relacionado ao custo mais baixo em comparação ao de braille. Cada página de um texto comum equivale a até quatro páginas em braile, conforme a especialista.
No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão, segundo dados da fundação com base no Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Aposentado com deficiência física constrói o próprio carro, em Fortaleza

 
Portador de doença crônica demorou um ano para montar o veículo. Inventor quer ampliar o carro para transportar toda a família.
O aposentado Vilton Fernandes, portador de uma doença crônica que fez com que amputasse duas pernas e parte do braço, cansou de depender dos outros para se transportar e decidiu construir um carro por conta própria. O homem de 48 anos teve essa ideia em 2008, quando encontrou a carcaça de um veículo no lixão do Bairro Bom Jardim, em Fortaleza. “Sempre fui inquieto e tive a necessidade de algo para me locomover, além da cadeira de rodas”, afirma Fernandes.
O carro de Fernandes demorou um ano para ficar pronto. A estrutura foi montada com a colaboração de mecânicos e pelas mãos dele e da mulher. “Eu mesmo cortei os ferros e fiz o teto com zincos e canos junto com a minha mulher”, explica. O motor é de motocicleta, a direção veio de um Fiat e o parabrisa, da traseira de um fusca. E tudo foi adaptado às necessidades especiais do motorista.
“Consegui muitas doações. Ganhei os bancos do dono de uma loja de estofados”, afirma. Os detalhes incluem um copo fixado em um freio de mão improvisado. Fernandes também preocupou-se com a segurança e providenciou cintos nas cadeiras do condutor e do passageiro, mas o invento não tem marcha a ré. A esposa ou o carona dão um “empurãozinho” para movimentar o carro para trás
“Esse carro são as minhas pernas. Tudo nele foi feito por mim ou a partir da minha orientação”, afirma Fernandes, que mora com as três filhas e a mulher. Diariamente, o pai leva as três filhas, de nove, 11 e 13 anos de idade à escola. Ele abastece mensalmente o motor com 40 litros de gasolina doados pelo dono de um posto de combustíveis.
Sonho
Três anos após ter criado o carro, Fernandes já pensa em construir um novo para transportar toda a família. “Quando terminei de construir era meu carro preferido. Agora, já quero fazer uma reforma para passear com minha família e dar mais conforto à minha mulher, que fica com as pernas dormentes depois que anda nele”, conta.
Doença está controlada, diz médica
A primeira amputação do corpo de Fernandes ocorreu quando ele tinha 22 anos. “Da primeira vez, tiraram o dedão do pé esquerdo”, conta o aposentado. A médica Vânia Rebouças, responsável pelo tratamento de Fernandes, explica que ele é portador da Tromboangeite Obliterante, doença de origem desconhecida que está diretamente ligada ao fumo.
“É uma inflamação progressiva dos vasos e o paciente pode chegar a ter uma inflamação das veias e evoluir para a falta de sangue, levando à morte dos tecidos”, descreve. Com esse quadro clínico, Fernandes teve de passar por 21 cirurgias de amputação. “Antes de amputar, tentamos salvar os membros”, diz Vânia. Hoje, o “inventor” comemora não ter passado por nenhuma cirurgia nos últimos nove anos. “A doença foi controlada quando ele abandonou o vício”, afirma a médica.
Fonte: G1-CE

Dispositivos e aplicativos ajudam o deficiente visual a usar o computador


Engana-se quem pensa que um deficiente visual não pode usar o computador ou mexer em uma tela touchscreen, sensível ao toque. Pelo contrário, a tecnologia facilita a essas pessoas escreverem, lerem livros e até assistirem a filmes. Atualmente, diversos softwares — conhecidos como leitores de tela — transformam em áudio todo o conteúdo escrito na tela.
O professor de retórica Victor Caparica, de 30 anos, que perdeu a visão aos 22 anos em um acidente, faz uso dessas tecnologias. Ele considera o iPhone como uma espécie de “renascença para os cegos”. “A quantidade de acessibilidade que ele trouxe ajudou muito a gente. Para o deficiente visual, existem diversas opções”, conta. A habilidade com o teclado adquirida antes de perder a visão facilitou sua adaptação e, sendo fã de tecnologia, ele rapidamente se acostumou aos leitores de tela e hoje consegue montar slides, estudar, escrever, ler livros, assistir a filmes e, claro, participar das redes sociais.
“Existem diversos aplicativos feitos para os cegos e, hoje em dia, é muito mais fácil para nós usarmos a internet”, explica. Os leitores de tela leem todo o conteúdo escrito na página e os comandos são usados somente pelo teclado, excluindo por definitivo o mouse. Cada voz é diferente e a velocidade é regulável. “Depois que a pessoa se habitua, ela vai entendendo cada vez mais rápido o som e pode ir deixando a voz mais rápida. Uma hora, a gente se irrita e vai aumentando a velocidade para facilitar”, ressalta.
Mesmo na tela touchscreen, Caparica consegue saber onde os ícones estão. “A gente consegue visualizar o ambiente dentro da nossa cabeça e temos noção de espaço. Na internet não é diferente, eu crio um espaço virtual na minha mente e consigo navegar só pelo comando de voz normalmente”, confirma.
Sites sem acessibilidade
Apesar das inovações, ainda existem alguns problemas. Nem todos os sites são facilmente ‘traduzidos’ para o áudio, devido ao grande de número de imagens e também outros plug-ins que não podem ser lidos. Como, por exemplo, a confirmação de identidade, onde o internauta deve digitar os caracteres que aparecem na tela. “Apesar de existir a opção de você ouvir as letras para depois digitar, o sistema não funciona e não é usual, sou obrigado a mudar de site ou pedir ajuda de alguém”, diz Victor Caparica.
Empresa que mais evoluiu foi Apple
Os leitores de tela são compatíveis com diversas plataformas. No caso do Linux, o leitor é o Orca e vem integrado ao sistema. No Windows, existem opções variadas, porém, a maioria delas é paga. Um exemplo de leitor gratuito é o NVDA (NonVisual Desktop Access ou Acesso Não Visual ao Ambiente de Trabalho). A empresa que mais evoluiu na tecnologia assistiva é a Apple, com o sistema VoiceOver integrado, seja nos IOS (celulares, tablets e tocador de música) ou no Mac OS.
Livros, filmes, jogos e redes sociais
Para ler livros, Caparica baixa e-books em extensões .pdf ou .doc, do Word, e o leitor de telas lê o livro. “Eu deito e fico ouvindo sossegado, coloco a voz em uma velocidade rápida e consigo ler de cem a 200 páginas por dia”, explica. E para assistir a filmes, é até mais simples, tanto no notebook quanto no cinema.
“Só pelas falas e o som ambiente, a gente consegue entender o filme, com exceções das cenas de clipes, ou seja, eles tiram o som ambiente e colocam uma música, aí a gente precisa que alguém nos explique ou que tenha a audiolegenda adequada”, explica.
E quando o filme é legendado, apesar de ser fluente em inglês, ele tem a opção de colocar o leitor de telas, que lê as legendas. Caparica é fã do Twitter e usa a versão mobile e também no computador, com o Qwitter Blind Accessibility, que lê os tweets para ele. “Mesmo se eu voltasse a enxergar, eu continuaria usando esse aplicativo, ele é fantástico”, brinca ele.
O Qwitter não cria nenhuma página na tela, então, o internauta pode navegar e simplesmente usar os comandos do teclado para twittar, ler a timeline e até checar as mensagens. “Depois de um tempo, a gente aprende a identificar somente pelo áudio”, completa.