5.6.11

Desafios do ensino bilíngue


Por meio de sinais, gestos e expressão corporal, eles querem se comunicar com o mundo. Imagine como é ruim se sentir um estrangeiro em seu próprio país. Viver em um mundo de imagens, mas que sozinhas não fazem tanto sentido. Como é ficar isolado, pois não é possível falar a língua das outras pessoas. Por isso, que geralmente vemos pessoas deficiência auditiva em grupos, participando da comunidade surda, local em que todos falam LIBRAS e vêem o mundo de uma mesma maneira.
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) foi trazida por um professor francês, Ernest Hurt, em 1887, na época de Dom Pedro II. Mas, só se tornou língua oficial em 2002. Agora está para ser votado o Projeto de Lei 234/08, na Assembleia Legislativa, que institui traduções simultâneas para LIBRAS nas aulas do ensino fundamental e ensino médio das escolas do Estado de São Paulo. São José dos Campos ganhou, este ano, o ensino bilíngue (LIBRAS-Português), que funciona na escola municipal Maria Aparecida dos Santos Ronconi.
A escola tem vagas para três crianças surdas, em cada sala de aula, e conta com professores que atuam com intérpretes. Além de sala de recursos, com educador proeficiente (fluente) em LIBRAS para complementar o ensino e orientar professores. “Investimos na formação dos docentes e em recursos de acessibilidade, mas o primeiro passo e talvez o mais importante no processo de inclusão seja se despir de preconceitos”, explica Célia Raposo, coordenadora de educação especial do município.
Para o intérprete de Libras, Rony William Pereira, “o trabalho de ensinar LIBRAS para crianças ouvintes é interessante. Criam um novo conceito de inclusão, aprendendo a linguagem de sinais, eles saem com outra ideia do idioma”. Célia informa ainda sobre o projeto de curso de extensão de LIBRAS, que será oferecido primeiramente para os professores da escola.
Rony conta que o principal desafio para os profissionais que trabalham com surdos é a atualização constante. “Porque a língua de sinais está sendo construída a cada dia, elas precisam estar integradas à comunidade surda. Existem regionalismos, sinais que tem significado somente na nossa região”, esclarece o intérprete.

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